Ação tucana tenta segurar PSB em Minas
Siglas aliadas ao governo Anastasia (PSDB) farão investida por apoio do prefeito de BH, Marcio Lacerda, ao projeto presidencial de Aécio
BELO HORIZONTE - Líderes de oito dos cerca de 20
partidos que integram a base do governo do tucano Antonio Anastasia em
Minas criaram ontem uma espécie de força-tarefa pluripartidária para
trabalhar pela provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves
(PSDB) no Estado. Segundo o presidente do PSDB-MG, deputado federal
Marcus Pestana, uma das "tarefas do movimento" será buscar o apoio do
prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB).
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo
Campos, se articula para participar da corrida presidencial do ano que
vem, mas os aliados do senador tucano estão confiantes em conseguir o
apoio do prefeito da capital mineira.
"O PSB tem uma série de circunstâncias específicas. Todas as
lideranças aqui presentes pretendem ter uma conversa com o prefeito
Marcio Lacerda no momento próprio. Há uma construção a ser feita",
afirmou Pestana. "O apoio dele nós queremos. A unidade em torno de um
projeto."
Apesar de participar do governo tucano em Minas, o PSB não foi
convidado para o encontro de ontem para não melindrar Campos. "Seria uma
descortesia convidá-lo (o partido) para integrar o movimento sendo que
ele tem uma dinâmica própria nacional", disse Pestana. "Parceria,
aliança, pressupõem respeito à dinâmica própria de cada força. Eles
(PSB) estão num processo de transição, de consolidação de um novo
momento partidário. Nós temos que respeitar."
Sucessão. O nome do prefeito já foi cotado para a
sucessão de Antonio Anastasia (PSDB), mas Lacerda nega que tenha
intenção de deixar o cargo para se candidatar. A possível candidatura
presidencial de Eduardo Campos atrapalhou os planos de Aécio em Minas -
uma das hipóteses seria apoiar Lacerda para o Palácio Tiradentes com o
objetivo de arregimentar o PSB no plano nacional. Anastasia não pode ser
reeleito e não há nome natural para a disputa pelo Executivo mineiro.
Atualmente, três nomes do PSDB - Marcus Pestana; o presidente da
Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro; o secretário de Estado de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues - e o
vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) são cotados para a disputa.
Aliados. Outra atribuição das lideranças reunidas
ontem em Belo Horizonte é tentar convencer a direção nacional de seus
partidos a aderirem à futura candidatura de Aécio Neves ou, pelo menos,
deixar que os diretórios estaduais definam as coligações regionais.
Estavam presentes à reunião integrantes de legendas que integram a
base da presidente Dilma Rousseff, como PSD, PR, PTB e PDT, além de
partidos da oposição, como DEM e PPS.
"Não há exigência de verticalização. Mas todos trabalharão no sentido
de trazer esses partidos, até em nível nacional, para a candidatura de
Aécio Neves. (O senador) tem bom trânsito com todos esses partidos e
capacidade de aglutinação", observou Alberto Pinto Coelho, cuja legenda
também apoia o governo federal.
Representantes do PV também foram convidados, mas alegaram "problema de última hora" e não compareceram.
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