Justiça abre ação ligada ao mensalão para cobrar Dirceu
A Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade
contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para cobrar a devolução
dos valores que teriam sido desviados, sob seu comando, para o esquema
do mensalão.
Também respondem ao processo o deputado federal José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras 18 pessoas.
O Ministério Público deu início à ação em 2007, mas só agora a Justiça a aceitou.
A decisão foi tomada no início do mês passado, dias depois de o STF
(Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão com a sentença do
julgamento do mensalão, que condenou Dirceu a dez anos e dez meses de
prisão.
A ação de improbidade pede a devolução do dinheiro que o STF concluiu
ter sido distribuído a parlamentares de cinco partidos --PMDB, PT, PL
(atual PR), PTB e PP-- para garantir apoio do Congresso ao governo do
ex-presidente Lula.
Dirceu chegou a ser acusado em 2007 em uma ação de improbidade, mas foi
excluído ainda na fase anterior ao processo. Na ocasião o juiz entendeu
que a ação não poderia ser aplicada a um ministro de Estado.
VALORES
No atual processo, o Ministério Público acusa o núcleo político do
mensalão, chefiado por Dirceu, de comprar o voto de parlamentares
ligados ao PP --José Janene (PR), já morto, Pedro Corrêa (PE) e Pedro
Henry (MT).
O pedido não fixa o valor a ser devolvido, mas acusa os parlamentares do
PP de terem recebido ilegalmente R$ 4,1 milhões do esquema.
A lei da improbidade prevê a devolução do dinheiro desviado e o
aplicação de multa equivalente a três vezes o valor, corrigido a partir
da época dos repasses.
Há ainda outras quatro ações de improbidade contra os condenados do mensalão, mas elas ainda não foram aceitas pela Justiça.
Há ainda outras quatro ações de improbidade contra os condenados do mensalão, mas elas ainda não foram aceitas pela Justiça.
Ao todo, o STF condenou 25 réus. O valor aproximado dos repasses aos
partidos alcança R$ 23,2 milhões, segundo o Ministério Público, o que,
com a multa, elevaria a R$ 100 milhões o total do eventual
ressarcimento.
O processo na área cível utiliza os mesmos argumentos que a
Procuradoria-Geral da República usou durante o julgamento no Supremo
(área criminal).
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