Campanha federal diz: 'sou feliz sendo prostituta'
O Ministério da Saúde lançou uma campanha nas redes sociais para
reduzir o estigma em torno da prostituição que deve causar discussão.
Uma das peças diz: "Eu sou feliz sendo prostituta" e tem profissionais
do sexo como protagonistas. A iniciativa surge após uma série de outras
polêmicas envolvendo campanhas de saúde na gestão Dilma Rousseff.
Composto por vídeos e banners, o material é fruto da oficina de
profissionais do sexo realizada em março em João Pessoa, que tem como
mote "Sem vergonha de usar camisinha". Nas peças, mensagens contra o
preconceito, sobre o desejo de ser respeitada e a necessidade de
prevenção contra DST-aids. Feita para marcar o Dia Internacional das
Prostitutas, 2 de junho, a campanha - que retrata positivamente a
profissão - foi bem recebida por feministas e grupos que trabalham com
prevenção.
"Quem sabe seja um sinal de que o governo possa retomar uma política
de prevenção em aids e saúde pública sem discriminação, lançando até
mesmo as campanhas censuradas dirigidas aos gays, que gastaram dinheiro
público e não foram utilizadas", afirmou o professor da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Mario Scheffer.
Em março, o Estado revelou que o Ministério da Saúde havia
determinado a suspensão da distribuição de material educativo para
prevenção de aids dirigido a adolescentes. O kit, formado por seis
revistas em quadrinhos, abordava temas como gravidez na adolescência,
uso de camisinha e homossexualidade e havia sido feito em colaboração
com a Unesco.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na época que a
distribuição havia sido feita sem seu conhecimento e não tinha aprovação
do conselho editorial. A decisão se somou a uma série de episódios do
governo Dilma. Em maio de 2011, a presidente determinou o cancelamento
da entrega de um kit de combate à homofobia produzido pelos Ministérios
da Saúde e da Educação.
O especialista da USP ressalta que as ações para redução do
preconceito são essenciais para estimular a prevenção. Daí, completa, a
necessidade de que iniciativas semelhantes sejam feitas com outros
grupos.
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