Não são nada boas para o Governo Dilma últimas notícias econômicas ... O PIB do primeiro trimestre foi divulgado hoje e veio bem abaixo do já pessimista cenário previsto. Crescimento estagnado, inflação alta, déficit comercial externo cada vez maior, consumo paralisado, juros em alta, indústria encolhendo sem parar e por aí vai. Não vai ser nada fácil resolver os danos causados pelo PT ao longo dos últimos 10 anos.
Mãos à obra, oposição!
Leiam na Veja:
Resultado do 1º tri indica: Dilma amargará
'pibinho' em 2013
Crescimento da economia entre janeiro e março decepcionou
o mercado. Analistas ouvidos pelo site de VEJA alertam que o cenário é
assustador
Depois de mais um resultado decepcionante do
desempenho econômico do Brasil - o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre do ano
-, a expectativa do governo para o crescimento da economia, de 3% ao final
deste ano, fica cada vez mais distante. O resultado do primeiro trimestre,
informado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ficou bem abaixo das estimativas de analistas, que
previam alta entre 0,8% e 1% no período. O dado decepcionou o
mercado e, segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, indica que a presidente
Dilma Rousseff vai amargar um novo "pibinho" em 2013. Desde que assumiu o poder,
em 2011, o melhor PIB obtido por Dilma foi o daquele ano, de 2,7%. Para
analistas, os dados do primeiro trimestre indicam que a marca não será igualada
em 2013.
Comenta Roberto Padovani, economista-chefe do Banco
Votorantim: "Nós continuamos nos frustrando com a economia. É algo que
aconteceu ao longo de todo o ano de 2012". Se o dado já veio ruim no
começo do ano, a expectativa para os próximos trimestres não é muito animadora.
Antes mesmo da divulgação do dado de hoje, a Tendências Consultoria - que
apostava em alta de 0,8% no primeiro trimestre - trabalhava com projeções
menores de crescimento para os demais trimestres do ano, uma média de 0,7%.
Após a divulgação do PIB, a economista-sócia da Tendências Alessandra Ribeiro
já fala em crescimento próximo a 2,5% no ano. Para Padovani está cada vez mais
difícil fazer um diagnóstico da economia. "Os dados econômicos têm sido
muito instáveis", afirma.
A economista do Santander Fernanda Consorte diz que
a divulgação do PIB é ainda muito pior na "abertura dos dados", ou
seja, quando é observado o desempenho dos itens que compõem o PIB de forma mais
detalhada. Ela explica que, ao analisar os componentes que formam o indicador,
pode-se perceber que o crescimento ficou escorado no grande avanço da
agropecuária, que subiu 9,7% na comparação com o último trimestre de 2012. O
resultado foi o melhor desde o segundo trimestre de 1998, quando o setor
registrou expansão de 13,9%. Fernanda reforça que o resultado visto na
agropecuária nos primeiros três meses do ano é pontual e não deve se repetir ao
longo do ano. "Agropecuária não deve cair, mas também não vai crescer
sempre a um ritmo de quase 10%".
Outra surpresa negativa foi a indústria. Enquanto
economistas esperavam recuperação, houve uma queda de 0,3% na comparação com o
último trimestre de 2012. O que mais pesou para o dado foi a indústria de
extração mineral, que registrou queda de 2,1% no período. Padovani explica que
o recuo é marcado pela queda de produtividade da indústria petroleira, mas que
isso deve ser algo mais pontual, devido a manutenções que interrompem as
atividades. Além disso, o setor de serviços também desacelerou, o que já era
esperado, mais a um ritmo mais intenso do que o previsto. A expansão dos
serviços foi de apenas 0,5% no trimestre, ante alta de 0,7% no último trimestre
de 2012.
Na análise de Fernanda, um olhar detalhado sobre os
dados mostra que no primeiro trimestre a oferta teve desempenho maior do que a
demanda. O PIB é analisado pelos economistas sob duas óticas: a da oferta,
representada pelo setor produtivo (agropecuária, indústria e serviços) e a dos
gastos, ou demanda, representada por investimentos, consumo das famílias,
gastos do governo e balança comercial (exportações menos importações). Para
ela, essa discrepância entre as duas óticas pode refletir numa estagnação nos
próximos trimestres, visto que a produção foi maior do que o consumo, ou seja,
os estoques devem permanecer altos e isso deve conter o setor produtivo.
O consumo, que sustentou o crescimento econômico no
governo Lula, dá cada vez mais sinais de enfraquecimento. No primeiro trimestre
deste ano, esse indicador ficou praticamente estagnado, com alta de apenas 0,1%
na comparação com o quarto trimestre de 2012. "Ainda que esperássemos um
consumo das famílias mais fraco, o dado veio pior", comenta Fernanda. Ela
lembra que o endividamento e a inflação
elevada estão diminuindo a renda da população. "O mercado de trabalho está
morno, há quase nenhuma criação de vagas. Além disso, o crédito também ficou
bem fraquinho nesse começo de ano."
Para Alessandra, o cenário econômico que está se
desenhando no Brasil é bastante assustador. "Nós vamos crescer pouco e com
inflação muito alta. Não fossem os estímulos (desonerações), estaríamos com
inflação na casa de 7%. O mundo todo está crescendo muito pouco, mais a inflação
lá é menor", critica.
Investimentos — Ainda sob a ótica da demanda,
o resultado mais animador foi o dos investimentos, ou formação bruta de capital
fixo (FBCF), que é uma medida dos investimentos realizados na expansão da
capacidade produtiva interna. Para Padovani, houve um alívio, mas abaixo do
esperado por ele. Entre janeiro e março, os investimentos subiram 4,6% na
comparação com os três últimos meses de 2012, quando a FBCF teve a única alta
do ano passado, de 1,3%. Padovani esperava uma expansão maior dos
investimentos, na casa de 5,5%. O economista ressalta que a melhora nos
investimentos "não significa que não haja desafio". Para ele, o maior
deles é construir um quadro regulatório que consiga atrair capital da
iniciativa privada. Ele enumera a necessidade de mudanças estruturais para
resolver problemas como carga tributária elevada, dificuldades em logística, em
infraestrutura e mão de obra.
O cenário revelado pelo PIB do primeiro trimestre
mostra que as sucessivas desonerações que o governo vem fazendo
não estão apresentando resultado para o setor produtivo. E pior: isso só
compromete cada vez mais as contas fiscais. Para conseguir atingir a meta de superávit primário, o governo vem fazendo
sucessivos malabarismos e usando créditos adicionais para
cobrir o rombo da arrecadação.
Recentemente, foi publicada uma decisão no Diário
Oficial da União que permite que o governo use antecipadamente créditos da usina de Itaipu para fazer repasses
ao Tesouro Nacional, o que compensaria a baixa arrecadação e ajudaria nas
contas do superávit primário.
Para Alessandra, o governo não está fazendo a lição
de casa. O consumo, que era então o motor propulsor do PIB, já não deve crescer
muito. Ela enfatiza que o problema que afeta a economia do país não é de falta
de demanda, mas sim de falta de oferta. Segundo a economista, as mudanças no
marco regulatório - como o governo tem feito nas concessões de aeroportos,
ferrovias, rodovias e portos, por exemplo - são feitas "às avessas".
"O governo não faz nada para mudar isso. Nós temos de aumentar a
capacidade produtiva e isso leva ainda algum tempo", explica.
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