A ABSTENÇÃO SEMPRE AFETA O RESULTADO FINAL DAS ELEIÇÕES!
1. As pesquisas sempre sublinham a margem de erro, não só por razões técnicas de precisão, mas porque não conseguem alcançar o universo exato dos eleitores. Isso se dá por várias razões: pessoas doentes, foragidas, presas, voto voluntário de mais de 70 anos ou entre 16 e 18 anos, os que se mudaram de cidade, que se mudaram de estado, que faleceram e não houve baixa, que acordam no dia da eleição sem condição de ir votar, que não têm mobilidade, falta de recursos para a condução, residência mais afastada do local de votação, etc. Isso, além dos que marcam branco/nulo e mudam na hora.
2. No Brasil são -na média- uns 17% que se abstém e uns 7 a 8% que votam branco e nulo. Ou seja: uns 25% no total. Em geral, os institutos supõem -e não há outro jeito- que esses 25% são neutros em relação ao resultado da pesquisa. Pode ser e pode não ser. Quando uma eleição se torna mais conflitiva ou imprevisível, a abstenção reduz, porque o eleitor tem a sensação que seu voto decidirá a eleição, o que é verdade. Ou ao contrário, quando se acha que o seu voto será inócuo por indiferença ou porque a eleição já está definida.
3. Em geral a abstenção afeta mais os segmentos de menor renda. Quando se cruza as hipóteses de abstenção com o nível de renda, se verifica que potencialmente ela afeta mais os de menor renda.
4. Numa eleição como a presidencial, onde o segundo turno se decidirá por pequena diferença, isso fará a diferença. Paradoxalmente, a melhoria de renda da população e o crescimento da economia podem afetar exatamente a candidatura de base popular pela migração ocorrida do interior às regiões metropolitanas.
5. Com uma provável diferença tão pequena para se ir ao segundo turno presidencial, todos esses fatores podem ser decisivos. E todos eles reforçam a tendência a um segundo turno nesta eleição presidencial.
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