sábado, 23 de novembro de 2013

Assessor especial e ministro de Dilma afirmam corruptos petistas são vítimas do sistema


Sim, eu também acho patético. Então a partir de hoje quem se envolver em corrupção será chamado de corrupto, mas se tiver uma carteirinha do PT passa a ser chamado de vítima. Que tal?

Leiam no Globo:

Após prisões de mensaleiros, PT se diz vítima do sistema político
Legenda afirma que modelo político-eleitoral favorece corrupção; especialistas apontam diversionismo

BRASÍLIA — Com o julgamento do mensalão chegando ao fim e as prisões dos principais personagens do escândalo já efetivadas, o PT pretende reforçar em seus debates internos e documentos a tese de que o partido é vítima do sistema político atual. A primeira versão do texto base do 5º Congresso do PT, que será aberto em dezembro com o objetivo de renovar o programa partidário, afirma que o partido é “prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção”.

Uma tese que petistas repetiram nos últimos dias diante das prisões de companheiros de partido, condenados por crimes como corrupção ativa e formação de quadrilha, e que é refutada como justificativa até mesmo por especialistas que consideram verdadeira a afirmativa de que o sistema político-partidário no Brasil é viciado.

O texto foi escrito pelo assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, e ainda será emendado. Ele foi apresentado em reunião do Diretório Nacional do PT na última segunda-feira.

“Embora crítico da tendência à conciliação que marcou a evolução histórica do Brasil, o partido não avançou o suficiente no sentido de alterá-la e imprimir um novo rumo e ritmo à sua política, ficando prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece à corrupção e de uma atividade parlamentar que dificulta a mudança, a despeito da vontade das forças de esquerdas”, diz um trecho do documento.

“Camisa de força” contra mudanças

Na mesma linha dos debates da eleição interna que reelegeu o presidente do PT, Rui Falcão, no início do mês, marcados por críticas à política de alianças do governo Dilma Rousseff, sobretudo com o PMDB, o texto afirma: “(...) houve enormes limitações em nossas tentativas de mudar o sistema político brasileiro, verdadeira camisa de força que impede transformações mais profundas e impõe um ‘presidencialismo de coalizão’, sem conteúdo programático”.

O PT se agarrou à defesa da reforma política como bandeira ética, em contraponto ao escândalo do mensalão, e como uma forma de dar suporte à presidente Dilma, que teve sua proposta de fazer um plebiscito sobre o assunto implodida pelo Congresso. Um dos pontos principais defendidos pela direção do partido é o financiamento público exclusivo de campanha. Petista histórico, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) disse anteontem que o PT foi induzido a práticas condenáveis por conta do financiamento privado de campanha e que, sem reforma política, não há condição de ter partidos “decentes” no Brasil.

O cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), defende a adoção do voto distrital e do financiamento público como medidas moralizadoras, mas, na sua opinião, o PT investe na bandeira da reforma política, neste momento, para desviar o foco do escândalo do mensalão.(...)

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