quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Fábula de Mustafá e Samuel

Apesar do físico franzino, Mustafá era um cara folgado. Não ia com a cara de seu vizinho Samuel, e todo santo dia jogava pedras na casa dele. Sua pontaria não era das melhores, mas muitas vezes conseguia acertar as vidraças. Samuel, um sujeito mais parrudo, tinha certo receio de pegar seu vizinho e lhe dar uma surra bem dada, afinal todos diriam que seria covardia bater alguém menor e mais fraco. Ninguém na vizinhança lhe ajudava a tentar impedir que Mustafá continuasse com aquela provocação.

E assim Samuel foi levando a vida, sempre incomodado e com receio de que alguém se machucasse com as pedras atiradas por seu vizinho. Mustafá, sabendo que toda a vizinhança ficaria a seu favor em caso de briga, continuou livremente jogando pedras. Um dia acertou o cachorro do Samuel. Outro dia , apedrejou o carro de Samuel, ferindo e assustando seu filho e sua esposa. Samuel, muito puto da cara, percebeu que precisava fazer algo para evitar que Mustafá acabasse matando alguém da sua famíla. Ao ver Mustafá rindo cinicamente de sua cara e de seu desespero, pegou um paralelepípedo e arremessou em sua direção. Mustafa, como era de sua índole, agarrou seu próprio filho e o usou como escudo.

No dia seguinte, todos os jornais da cidade estamparam em suas páginas a foto do filho de Mustafá morto, e classificando Samuel como um indivíduo extremamente violento e intolerante com seus vizinhos. A vizinhança toda ficou comovida e hoje tentam de todas as maneiras expulsar a família de Samuel daquela casa.

E Samuel finalmente percebeu que não poderá nunca contar com a ajuda de ninguém da vizinhança, e passou a agir sempre sozinho para a proteção de sua casa e de sua família.

 


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