Essa é pra você, amigo leitor, que chegou ainda há pouco do trabalho, moído pelo cansaço após mais um dia bem puxado, e mesmo em casa continua na labuta tentando dar conta de todas obrigações. Leia e preste bastante atenção nesta belezura de notícia, disponível no Estadão:
Câmara aprova projeto que encurta semana de trabalho de deputados
Agora, as sessões ordinárias poderão ser realizadas apenas entre terça e quinta-feira; proposta permite que legislador não trabalhe na segunda e na sexta-feira sem risco de represálias
BRASÍLIA - Numa sessão esvaziada, a Câmara aprovou nesta
quarta-feira, em votação simbólica, projeto de resolução que torna
oficial a "gazeta" dos deputados às segundas e sextas-feiras. Incluído
às pressas na pauta, a proposta alterou o regimento interno da Câmara,
que previa a realização de sessões ordinárias durante os cinco dias da
semana. Agora, com a nova redação, as sessões ordinárias serão
realizadas apenas entre terça e quinta-feira. As votações de projetos só
ocorrem em sessões ordinárias ou extraordinárias - estas última pode
ser convocada a qualquer momento pela presidência da Câmara.
"É a oficialização da gazeta", afirmou o líder do PPS na Câmara,
Rubens Bueno (PR). "Com tanta coisa importante para votar, com diversos
projetos parados na Câmara, colocam em votação uma proposta que
restringe ainda mais o período de votações. Agora mesmo, com a pauta
entupida de medidas provisórias (MPs), com o Executivo legislando
diariamente, é que não vamos votar mais nada de iniciativa do
Legislativo. Trata-se da desmoralização completa do parlamento",
completou.
A avaliação do líder do PPS foi contestada pelo deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), relator da proposta no plenário da Câmara. "Não existe
isso de gazeta porque sessão de debate não conta falta. Raramente é
marcada alguma sessão ordinária para segunda ou sexta-feira", rebateu
Cunha "Essa alteração iguala o regimento da Câmara com o regimento do
Senado", explicou.
Pelo projeto aprovado, as sessões ordinárias serão realizadas, uma
vez ao dia, de terça a quinta-feira, começando às 14 horas. A proposta
explicita que as sessões deliberativas (quando há votação) podem ser
ordinárias e extraordinárias. Já as sessões não deliberativas são as
debates, que ocorrem às segundas e sextas-feiras "de forma idêntica às
ordinárias", e as solenes. Como se trata de alteração do regimento da
Câmara, não tem de ser aprovada pelo Senado, ou seja, está em vigor.
Na prática, o projeto aprovado oficializa o que já ocorre todas às
segundas e sextas-feiras, quando raramente ocorrem sessões ordinárias e
as sessões são apenas de debates. Atualmente, os deputados só têm
desconto no salário quando faltam a sessões deliberativas, aquelas que
têm votação de projeto. Foi o caso, por exemplo, da sessão desta
quarta-feira pela manhã. Os deputados que não marcaram presença no
painel do plenário da Câmara vão ter redução em seus subsídios. Isso
porque a sessão foi deliberativa.
A Constituição prevê, no artigo 55, inciso III, que um dos motivos de
perda de mandato de deputado e senador é a ausência em um terço das
sessões ordinárias realizadas, salvo em caso de licença ou missão
autorizada. Embora hoje isso não seja considerado, a modificação
aprovada no regimento interno da Câmara evitará qualquer tipo de
questionamento futuro neste sentido.
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