Não é de hoje que todo o Brasil conhece a índole nada confiável do ex-presidente Lula. Sempre que necessário, para livrar-se de lambanças nas quais se envolvia, saiu de fininho e covardemente deixou seus comparsas ardendo no fogo sozinhos. Foi assim quando acusou de "aloprados" aqueles que forjaram um falso dossiê contra José Serra. Foi assim também quando afirmou ter sido traído quando o Mensalão explodiu. Em ambos os casos sobraram evidências de sua proximidade com o crime e todos os principais envolvidos gravitacionavam em seu entorno imediato.
Mesmo dois anos após deixar a Presidência, Lula segue causando danos ao país. Assim que veio à tona o mais recente escândalo da República, imediatamente Lula declarou ter sido "apunhalado pelas costas". Não citou nomes e não deu quaisquer satisfações a respeito de sua responsabilidade no episódio. Se Dona Marisa vai lhe cobrar satisfações à respeito do fato de ter sido traída por quase 20 anos, não me interessa - provavelmente Lula deve ter lhe alegado que não tinha conhecimento de seu próprio caso extraconjugal e das dezenas de viagens ao exterior que esteve acompanhado da "segunda dama" em sua alcova. Mas quanto aos brasileiros que financiaram esta linda história de amor? Serão ressarcidos? E quanto às nomeações e o abuso de poder patrocinados por sua namoradinha e pela sua quadrilha? Lula também não sabia o que se passava em seu gabinete presidencial em São Paulo? Esta sim é a verdadeira indecência que não podemos tolerar.
Leiam na Folha:
Relação com Lula explica influência de ex-assessora
A influência exercida pela ex-chefe do escritório da Presidência da
República em São Paulo, Rosemary Noronha, no governo federal, revelada
em e-mails interceptados pela operação Porto Seguro, decorre da longa
relação de intimidade que ela manteve com o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã.
O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994.
À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant,
hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar
secretária de José Dirceu, no próprio partido.
Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora do marido.
Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi lotada no braço do
Palácio do Planalto em São Paulo, como "assessora especial" do
escritório regional da Presidência na capital.
Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e
passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação
de busca e apreensão da Polícia Federal.
Nesse papel de direção, Rose contava com três assessores e motorista.
Sua tarefa era oficialmente "prestar, no âmbito de sua atuação, apoio
administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de
Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do
presidente da República na cidade de São Paulo".
Durante 19 anos, o relacionamento de Lula e Rose se manteve oculto do público.
Em Brasília, a agenda presidencial tornou a relação mais complicada.
Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas
viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial.
Segundo levantamento da Folha tendo como base o "Diário Oficial", Marisa
não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das
quais Rosemary participou.
Integrantes do corpo diplomático ouvidos pela reportagem, na condição de anonimato, afirmam que a presença dela sempre causou mal-estar dentro do Itamaraty. Na opinião deles, a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo não era necessária.
Oficiais da Aeronáutica se preocupavam com o fato de que ela por vezes
viajava no avião presidencial sem estar na lista oficial. Em muitas
vezes, Rose seguia em voos da equipe que desembarca antes do presidente
da República para preparar sua chegada.
Nessas viagens, seguranças que guardavam a porta da suíte presidencial
nas missões fora do Brasil registravam ao superior imediato a presença
da assessora. Oficiais do cerimonial elaboravam roteiro e mapa dos
aposentos de modo a permitir que o presidente não fosse incomodado.
Durante esses quase 20 anos, Rose casou-se duas vezes. Seu primeiro
marido, José Cláudio Noronha, trabalhou na Casa Civil do então ministro
José Dirceu quando Rosemary assumiu o escritório de São Paulo.
Na chefia do gabinete, ela construiu a fama de pessoa de temperamento
difícil. Lula chegou a receber de amigos reclamações dando conta de que
ela tratava mal os funcionários.
Um deles descreveu um episódio em que ela teria pedido para serventes
limparem "20 vezes" o chão do escritório até que ficasse realmente
limpo.
Apesar do temperamento, Rose era discreta e não gostava de contato com a
imprensa. Em algumas festas e cerimônias, controlava a porta de salas
vips, decidindo quem podia ou não entrar. Também costumava se consultar
com o médico de Lula e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.
Rose acompanhou o ex-presidente em algumas internações durante o período
em que este se recuperava do tratamento de um câncer no Sírio-Libanês,
em São Paulo. Mas só pisava no hospital quando Marisa Letícia não estava
por perto.
Na campanha presidencial de 2006, a chefe de gabinete circulou nos
debates televisivos que Lula teve com o tucano Geraldo Alckmin.
Ministros e amigos do ex-presidente não negam o relacionamento de ambos.
Foi de Lula a decisão de manter Rosemary em São Paulo, conforme relatos
de pessoas próximas.
Procurado pela Folha, o porta-voz do Instituto Lula, José
Chrispiniano, afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários
sobre assuntos particulares.
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