No Estadão:
Lula: ''Não sabemos o tamanho do vento''
Em discurso, presidente diz que não há controle sobre intempéries
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou seu discurso no lançamento do plano de ação para prevenção e controle do desmatamento da Amazônia legal para defender o governo do apagão de terça-feira à noite, sem fazer nenhuma referência ao que chamou no dia anterior de "incidente". "Nós não controlamos as intempéries", afirmou, em discurso de improviso.
Em discurso, presidente diz que não há controle sobre intempéries
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou seu discurso no lançamento do plano de ação para prevenção e controle do desmatamento da Amazônia legal para defender o governo do apagão de terça-feira à noite, sem fazer nenhuma referência ao que chamou no dia anterior de "incidente". "Nós não controlamos as intempéries", afirmou, em discurso de improviso.
Anteontem, após o conflito de versões entre ministros, o governo buscava uma linha só de defesa. O presidente chegou a dizer a auxiliares que o conflito de versões acabava ajudando a oposição a elaborar "teses" contra o governo. "Não falem nada antes de ter certeza", insistiu.
"Eu já disse várias vezes: Freud dizia que tem algumas coisas que a humanidade não controlaria. Uma delas eram as intempéries", declarou Lula, ontem, acrescentando que "dá um terremoto, o Japão faz casa de borracha, faz casa de papel, aqui no Brasil faz piscinão, piscininha".
E o presidente ainda completou: "A gente não sabe o tamanho do vento, o tamanho da chuva. Sabe que, quando vem, tudo que a gente bolou, escafedeu-se." Na sequência, ressaltou que a questão do clima "é delicada, porque o mundo é redondo". "Se o mundo fosse quadrado ou retangular e a gente soubesse que o nosso território está a 14 mil quilômetros de distância dos centros mais poluidores, torce pra ficar só lá. Mas o mundo gira e a gente também passa lá embaixo onde está mais poluído. A responsabilidade é de todos."
Cobrado sobretudo pelas várias vezes em que citou o racionamento e o apagão do governo Fernando Henrique Cardoso, Lula se mostrou absolutamente impaciente durante toda a cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que durou duas horas e meia. Inicialmente, mostrou-se insatisfeito com a quantidade de discursos: dez, incluindo o dele.
O presidente se irritou depois com o fato de o PowerPoint preparado pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, ter demorado a funcionar. Lula se levantou, gesticulou, cobrou. "Alguém que seja técnico vai fazer funcionar esta TV?", indagou. Em seguida, afirmou que "depois de toda a espera, espero que a gente tenha notícia para dar para vocês".
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