quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Ministério Público apura a farra de Ideli Salvatti com o helicóptero do SAMU


Desalojada do poder pelas urnas catarinenses, Ideli Salvatti não perde uma oportunidade de envergonhar seus conterrâneos "a bordo" de seu cargo de ministra, presente de Dilma Rousseff. Por mais que sua rejeição no estado seja enorme, ela sempre pode aumentar um pouquinho mais.


MPF investiga mau uso de helicóptero por Ideli

O Ministério Público Federal instaurou em Joinville (SC) um inquérito civil para apurar a suspeita de utilização irregular de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). A aeronave está equipada para funcionar como unidade móvel de saúde no resgate de vítimas de acidentes rodoviários e de tragédias naturais. Candidata ao governo catarinense em 2014, Ideli passou percorrer sua base eleitoral a bordo do helicóptero. Participa de eventos dissociados dos assuntos de sua pasta.

Noticiada pelo repórter João Valadares, a anomalia chamou a atenção de três procuradores da República: Davy Lincoln Rocha, Mário Sérgio Ghannagé Barbosa e Rodrigo Joaquim Lima. Eles assinam juntos a peça que inaugurou o inquérito. O blog obteve uma cópia do documento. Tem sete páginas. Somadas a outras três de um ofício dirigido à Polícia Rodoviária, chega-se a dez folhas.

Apura-se a prática de improbidade administrativa. Se o malfeito for comprovado, Ideli terá de ressarcir o Tesouro Nacional. Os procuradores realçam na abertura do inquérito o mote acaciano do governo Dilma Rousseff: ‘País rico é país sem pobreza’. E acrescentam: “Para a erradicação da pobreza, não bastam programas governamentais”. É preciso que exista “inequívoca austeridade e economicidade na prática de atos administrativos.”

Os doutores suspeitam que esses princípios de ouro da administração pública tenham sido maculados por Ideli ao requisitar o helicóptero para transportá-la durante “o alegado cumprimento de agenda no Estado de Santa Catarina, possivelmente em detrimento do verdadeiro fim a que se destina: resgate de pessoas em situações de risco.”

Na opinião dos procuradores, o episódio “configura, ao menos em tese, indícios de irregularidade no âmbito da impropridade adminsitrativa, o que demanda esclarecimentos e, inclusive, ressarcimento das despesas, caso confirmado o ilícito civil.” Eles requisitaram um lotes de informações à Polícia Rodoviária Federal. Querem saber:

1. Quem autorizou as viagens de Ideli a bordo do helicóptero que deveria estar socorrendo acidentados? Em quais dias a ministra voou? Quais foram os horários e os itinerários dos voos?

2. Qual foi o custo do combustível e da hora de voo de cada deslocamento de Ideli.

3. A identificação e qualificação completa de todos os pilotos, copilotos e tripulação em todos os voos da ministra Ideli.

4. Qual foi o o fundamento legal para o uso da aeronave da Polícia Rodoviária pela ministra Ideli Salvatti para simples transporte relacionado ao cumprimento de sua agenda?

5. Quando o helicóptero estava a serviço de Ideli, foi desativado em Santa Catarina o sistema de serviços de socorro, resgate, remoção e salvamento de vítimas por via aérea?

6. Enquanto Ideli voava houve registro de algum acidente que exigiria o uso do helicóptero?

7. Afora as requisições de Ideli, a aeronave é acionada para outras atividades que não sejam os resgates de acidentados?

8. Utilizou-se dinheiro do Fundo Nacional de Saúde ou do Ministério da Saúde para a aquisição ou manutenção do helicóptero?

9. Como é feito o custeio do combustível nos deslocamentos feitos a serviço da ministra Ideli? Que órgão realiza os pagamentos? Quem autoriza?

10. Afora a aeronave que costuma servir à ministra Ideli em Santa Catarina há em outros Estados helicópteros de resgate sendo utilizados para transporte pessoal?

Datado de 8 de outubro, o ofício com as indagações foi endereçado a Silvinei Vasquez, superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina, sediada em Florianópolis. Os procuradores da República deram a Silvinei 15 dias de prazo para o encaminhamento das respostas.

Se ficar configurado que houve a utilização ilegal do helicópero, Ideli pode arrostar um segundo processo além da ação por improbidade. Os procuradores anotam que não está excluída a hopótese de uma “representação ao procurador-geral da República, no sentido de ser apurada a conduta na esfera penal.”

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