quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Disparada da inflação força Banco Central a aumentar ainda mais a taxa de juros

Inflação do PT se fortaleceu em 2013 e promete vir com tudo em 2014

Leiam no Globo:


Copom eleva taxa básica de juros a 10,5% ao ano
Esta é a 7ª elevação seguida da Selic. Colegiado mudou o comunicado e incluiu expressão que pode indicar aproximação do fim do ciclo de elevação

BRASÍLIA - Depois de não conseguir cumprir a promessa de diminuir a inflação no ano passado – por causa do repique dos preços em dezembro – o Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, manter o ritmo de aperto dos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou 0,5 ponto percentual da taxa básica (Selic), que passou para 10,5% ao ano. É o maior patamar desde março de 2012.

Foi a sétima alta seguida: uma tacada para tentar recuperar credibilidade, já que as projeções para a inflação não param de subir. Apesar de mostrar que o ciclo de elevação de juros deve chegar ao fim, com a decisão, os analistas dão como certo que a presidente Dilma Rousseff deve encerrar o mandato com os juros maiores do que os da época da posse.

No comunicado divulgado após a reunião do Copom, o BC indicou que a sequência de alta dos juros está perto de acabar. Os diretores praticamente copiaram a nota à imprensa divulgada no encontro anterior. Inseriram, entretanto, a expressão “neste momento” para passar o recado.

“Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual para 10,5% ao ano sem viés”.

- A gente acha que a mudança é bastante relevante. Deixaram mais claro que está próximo do fim do ciclo. E que esse ritmo (de altas de 0,5 ponto percentual) não se mantém - prevê a economista do Santander Tatiana Pinheiro, que foi surpreendida pela decisão, pois apostava em uma alta de 0,25 ponto percentual.

Em 2012, o governo fez um movimento orquestrado para diminuir o custo financeiro para famílias e empresas. Enquanto o Banco Central cortava os juros básicos, a presidente Dilma usou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para forçarem as instituições privadas a reduzirem os juros cobrados dos clientes. A iniciativa deu certo, mas a inflação persistiu alta.

- O governo fez o correto ao cortar os altos juros no Brasil, mas exagerou na dose - avalia o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito. - Agora, tem uma baita janela de vidro que os tucanos vão apedrejar.

A maioria dos analistas apostava em uma elevação menor, de 0,25 ponto percentual. No entanto, alguns começaram a mudar a expectativa depois de serem surpreendidos com o mau comportamento o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2013 ficou em 5,91% (acima dos 5,84% do ano anterior), divulgado na semana passada pelo IBGE. Um deles foi o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio Leal. Ele estava com a maioria dos colegas que achava que o BC começaria a reduzir a velocidade dos juros. Admitiu que foi pego de surpresa com o mau comportamento da inflação no fechamento do ano passado. Por isso, mudou a aposta. Mesmo assim, sabe que o ciclo de ajuste está perto do fim e a Selic não subirá o suficiente para levar o IPCA para a meta de 4,5% neste ano.

- Na economia, todo mundo tem de olhar o custo benefício e o custo para a trazer a inflação para a meta só com o aumento dos juros é muito alto - prega o economista ao lembrar que o Ministério da Fazenda não tem feito a parte dele ao negligenciar o corte de gastos e que juros altos demais pode gerar desemprego e sacrificar o errante crescimento.

Leal lembra entretanto, que não é simples o Banco Central recuperar a credibilidade e que isso deve vir com o tempo e se conseguir controlar a inflação. Ele ressaltou que o BC não conseguiu cumprir nem a sua meta informal no ano passado: fazer com que o IPCA fechasse abaixo do patamar de 2012.

Para Perfeito, o BC deixou claro que faz a sua parte. E joga no colo da Fazenda parte da responsabilidade pelo controle dos preços por causa dos altos gastos.

- Agora, o BC mostrou que fará o que pode, mas também lava as mãos: deixa o problema dos gastos públicos na mão do governo e também da sociedade, que num ano de eleição, terá de decidir como resolver essa questão - avalia Perfeito.

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