segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

As opções do DEM para 2014

Ronaldo Caiado, uma das possíveis opções do Democratas para as eleições presidenciais

Leiam no Valor Econômico:


DEM analisa opções à aliança com PSDB

Após perder o PPS para o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB a presidente, Eduardo Campos, o PSDB terá de disputar o apoio do Democratas. Aliado dos tucanos em quatro das seis eleições presidenciais realizadas desde a redemocratização, o DEM analisa atualmente outras duas opções: ter candidato próprio na disputa de 2014 ou ficar sem candidato na eleição.

O mais provável é a reedição da aliança e a liberação das seções estaduais para a composição mais conveniente com outros partidos, posição do presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). O coro dos que defendem que a decisão fique para depois, no entanto, recebeu reforço de peso às vésperas do Natal: o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto.

A capital da Bahia é principal trunfo que restou ao DEM, partido que há 15 anos elegeu a maior bancada da Câmara e atualmente está reduzido a pouco mais de duas dezenas. Seu prefeito, portanto, é uma de suas principais referências partidárias. E para ACM Neto não existe apoio automático do DEM ao PSDB e a decisão somente deve ser tomada em 2014.

Neto surpreendeu os aliados mais próximos ao declarar que o DEM deve estar aberto ao diálogo com todos, inclusive com a presidente Dilma Rousseff. Não que esse cenário seja o mais provável - e não é, Neto fez questão de ressaltar -, mas nesse momento o prefeito avalia que não pode descartar os diversos caminhos que se colocam para o partido, inclusive Dilma.

A exemplo de outros chefes de executivos da oposição, como Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, ACM Neto, na realidade, evita bater de frente com a presidente e candidata favorita à reeleição, segundo as pesquisas. Em outubro, durante visita da presidente a Salvador, trocaram elogios mútuos. "Hoje a primeira capital é mais feliz com a presença da senhora", disse Neto; Dilma classificou o prefeito de "excepcional parceiro".

Um flerte, nada mais que isso. Na política baiana o DEM disputa o poder com o PT e, nos bastidores, atua para reaproximar o pré-candidato do PSDB, senador Aécio Neves, e a bancada federal remanescente da Câmara, esta sim, um resistente foco de insatisfação com a aliança do partido com os tucanos. É da bancada de deputados o apoio mais entusiasmado à candidatura própria do DEM.

O nome preferido da bancada é o de seu líder na Câmara, Ronaldo Caiado, médico ruralista que disputou a primeira eleição para presidente da República, no pós-64, e teve 488.846 votos, concorrendo pelo PSD. Nada mal para um novato, tendo em vista que Aureliano Chaves, ex-vice-presidente, ex-ministro e um dos medalhões à época do PFL, partido que deu origem ao atual Democratas, fez apenas 600.838 votos, na mesma eleição.

Para Caiado, independentemente de quem seja o candidato, o DEM deve concorrer com nome próprio. A avaliação que ele faz das sucessivas alianças presidenciais com o PSDB é desalento. "Basta observar que nós éramos mais de 120 deputados federais e hoje estamos reduzidos a 26", diz o líder da bancada do Democratas. "O PSDB tem o projeto dele e nós devemos seguir nosso próprio caminho. Não podemos ficar eternamente vinculados ao PSDB", diz Caiado. "Esse é o pensamento da bancada".

Desde 1994 o DEM e seu antecessor PFL só não estiveram aliados ao PSDB em 1989 - a primeira eleição direta - e 2002, quando o candidato tucano, om ex-governador José Serra, optou por uma aliança com o PMDB.

O distanciamento entre PSDB e Democratas se deu na Câmara, onde as duas siglas tomaram caminhos distintos, em várias ocasiões. O pré-candidato Aécio Neves percebeu o problema e deve procurar uma aproximação com os deputados. Auxiliado pelo DEM da Bahia.

Atribui-se parte das dificuldades ao líder da bancada tucana na Câmara, Carlos Sampaio (SP), que será substituído, na volta do recesso, pelo deputado Antonio Imbassahy, baiano com origens no carlismo. Além da bancada, a composição com o PSDB enfrenta também dificuldades com o DEM do Rio, Goiás e parte de Minas.

Para Aécio, a reedição da aliança com o DEM é fundamental. Mesmo tendo perdido 17 dos 43 deputados que elegeu em 2010, o Democratas ainda dispõe de quase um minuto do tempo no horário eleitoral gratuito. Por enquanto, é o maior tempo a ser agregado ao do PSDB. O DEM, no entanto, ainda é um partido desconfiado da viabilidade de Aécio e tem como ideia fixa voltar a ser grande na Câmara.

O presidente do DEM, Agripino Maia, foi quem vetou o debate quando a bancada lançou Caiado, logo depois do anúncio da adesão de Marina Silva (Rede) a Eduardo Campos (PSB). Uma discussão que terá dificuldades para segurar na volta do recesso dos congressistas.

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