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Focus eleva projeção da inflação em 12 meses; no ano expectativa se mantém
Segundo o relatório Focus, IPCA em 12 meses deve ser de 5,93% e no ano deve encerrar em 5,75%; PIB do País deve crescer 2,24%
BRASÍLIA - Às vésperas da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, o relatório de mercado Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 5, trouxe uma forte revisão para cima das estimativas suavizadas à frente para a inflação acumulada em 12 meses.
Segundo a pesquisa do BC, a mediana subiu de 5,83% na semana passada para 5,93% agora. Há quatro semanas, estava em 5,67%. A Focus revelou também que, no caso da inflação projetada para o final deste ano, houve estabilidade das estimativas, com a mediana para o IPCA se mantendo em 5,75%, como na semana passada. Há quatro semanas estava em 5,81%. Para 2014, a mediana das previsões para o IPCA caiu de 5,88% para 5,87% ante taxa de 5,90% vista um mês atrás.
Para o curto prazo, os analistas revisaram suas estimativas para o IPCA de julho, que passou de 0,05% para 0,04%. O indicador será divulgado na quarta-feira, 7, pelo IBGE. No caso de agosto, a mudança foi de 0,29% para 0,30%. Há um mês, a mediana para estas projeções estavam respectivamente em 0,24% e 0,31%.
Já entre os profissionais que mais acertam as previsões para o médio prazo, o grupo denominado pelo BC de Top 5, o IPCA de 2013 deverá ficar em 5,87%, como era esperado uma semana antes - quatro semanas atrás, a mediana estava em 6,02%. No caso de 2014, esse mesmo grupo manteve a projeção para a inflação de 5,97% ante 6,30% vista há um mês.
PIB
Depois de uma semana sem alterações, analistas voltaram a revisar para baixo suas projeções para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano. O levantamento do BC mostra que a atividade brasileira crescerá 2,24% em 2013. Na pesquisa anterior, a projeção era de uma expansão de 2,28% e, na de quatro semanas atrás, de 2,34%.
Também caiu a estimativa para o crescimento da produção industrial deste ano. Segundo a Focus, o setor deve ter expansão de 2,00% em 2013, e não mais de 2,10% como esperavam na pesquisa anterior ou de 2,34% no levantamento feito um mês atrás.
Para 2014, os economistas mantiveram a projeção de crescimento do País em 2,60%, que está mais baixa do que a vista há um mês (2,80%), e também para o setor manufatureiro, que deverá se expandir apenas 3,00% no ano que vem, como era previsto no levantamento anterior e no de quatro semanas atrás.
Selic
Analistas mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros. Para 2013 e 2014, a mediana das estimativas foi mantida em 9,25% ao ano, como na semana passada e também há um mês.
Na média deste ano, mostra a pesquisa do BC, os juros ficarão em 8,25% ao ano, mesmo porcentual aguardado uma semana antes e também o patamar esperado um mês atrás. Já para 2014, a Selic deve ficar, em média, em 9,25% ao ano, como o apresentado na Focus da semana passada e na de um mês antes.
Dólar
As projeções do mercado financeiro para o dólar apresentaram poucas alterações na pesquisa. As principais alterações foram verificadas na taxa média de câmbio. Para 2013, por este critério, a cotação saiu de R$ 2,14 para R$ 2,16. Um mês antes, estava em R$ 2,13.
No caso de 2014, a mediana das estimativas por esse mesmo critério passou de R$ 2,26 para R$ 2,28 - quatro semanas atrás estava em R$ 2,20. Já para a cotação ao final do período, os analistas mantiveram as estimativas de R$ 2,25 para 2013 e de R$ 2,30 para o final de 2014. Um mês antes, a mediana para estas cotações eram de, respectivamente, R$ 2,20 e de R$ 2,22.
Superávit
Depois do maior rombo da balança comercial para o mês de julho, divulgado pelo governo na semana passada, analistas do mercado financeiro correram para revisar suas projeções para o superávit deste e do próximo ano. A perspectiva de saldo comercial para 2013 foi reduzida de US$ 5,70 bilhões para US$ 5,09 bilhões. Um mês atrás, a mediana das estimativas estava em US$ 6 bilhões.
O mesmo movimento de baixa das projeções foi visto no caso de 2014. A mediana das expectativas para a balança caiu de um saldo positivo de US$ 8,92 bilhões para US$ 8 bilhões, como o esperado quatro semanas antes.
Com estas mudanças, também se deterioraram as estimativas do mercado para o déficit em conta corrente. Para 2013, a projeção de saldo negativo passou de US$ 76,15 bilhões para US$ 76,30 bilhões. Um mês antes, estava em US$ 75 bilhões. No caso de 2014, a mediana das estimativas também passou de um déficit de US$ 79,50 bilhões para US$ 80 bilhões - estava em US$ 79,75 bilhões há quatro semanas.
Apesar disso, o nível do Investimento Estrangeiro Direto (IED), que ajuda a financiar este déficit, foi mantido em US$ 60 bilhões pela 51ª semana consecutiva para 2014 e pela 34ª semana seguida, no caso de 2013.
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