No Estadão:
J.P. Morgan prevê ‘abismo’ no PIB do Brasil no terceiro trimestre
Banco refez estimativa de 1,5% para -0,3% no período, citando indicadores de confiança e condições financeiras 'mais apertadas'
SÃO PAULO - O banco de investimento americano J.P. Morgan revisou fortemente para baixo sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano.
Os economistas do banco esperavam uma expansão de 1,5% entre julho e setembro deste ano em comparação ao segundo trimestre, mas refizeram a estimativa e agora dizem que haverá uma contração de 0,3% no período.
A revisão está na nota intitulada "Brasil: ajustando para um abismo do crescimento no 3º Trimestre de 2013 seguido por uma recuperação moderada adiante", enviada aos clientes.
Na nota os economistas Cassiana Fernandez e Fabio Akira explicam que a revisão para baixo foi motivada pelas "mudanças nos indicadores de confiança e condições financeiras mais apertadas".
Para 2014, o banco reduziu sua projeção de crescimento do PIB de 2,7% para 2,4%. Os economistas mantiveram a projeção para o PIB de 2013 em 2% - em parte porque a estimativa para o PIB do segundo trimestre deste ano foi elevada de 2,6% para 3,7% ante o primeiro trimestre.
Segundo Cassiana e Akira, um efeito estatístico menor, em meio a incertezas envolvendo o processo eleitoral, levou a revisão para baixo do PIB em 2014.
Os economistas afirmam que a crise de confiança deve gerar crescimento mais baixo à frente. "Apesar de a atividade ter acelerado até junho, deveremos ver os números de atividade em julho desabando", afirmaram Cassiana e Akira no relatório.
Eles citaram a queda em julho nos indicadores de confiança de consumidores e dos setores de serviço e manufatureiro, elaborados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Mesmo reconhecendo que parte do declínio no sentimento pode ser temporário, achamos que ele pode ter implicações econômicas duradouras por meio de redução no investimento e no emprego", afirmaram.
"Por enquanto, ainda não temos muitos dados disponíveis em julho para medir o impacto concreto desse choque de confiança, mas nossos modelos sugerem outra leitura negativa do conjunto de dados de atividade em julho."
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